O agressivo aumento de tarifas de importação pelo governo Trump – que elevou a taxa média dos EUA de 2,5% para até 30% – está reconfigurando a economia mundial e acendendo alertas no Brasil. Rafael Cervone, presidente do Ciesp e vice da Fiesp, adverte que as medidas protecionistas podem gerar inflação alta e menor crescimento até mesmo nos Estados Unidos, com riscos concretos de recessão.
Enquanto a economia americana enfrenta queda nas previsões de PIB (0,8%-1,4% em 2025) e inflação em alta (4%), o Brasil sente efeitos ambíguos: a desvalorização do dólar pode ajudar no controle inflacionário doméstico, mas a desaceleração global pressiona commodities e ameaça a balança comercial. Cervone destaca que o Brasil, com tarifas de 10% (exceto aço/alumínio a 25%), pode até ganhar espaço em alguns mercados, mas precisa agir estrategicamente.
O presidente do Ciesp defende uma resposta coordenada, com redução do "Custo Brasil" e diplomacia comercial, em vez de medidas retaliatórias. "Estamos diante de uma tempestade que exige serenidade e visão estratégica para proteger nossa indústria nesse cenário de turbulência global", conclui.
*Fonte: Ricardo Viveiro & Associados Oficina de Comunicação – Adriana Matiuzo
