Enquanto houver bambu- XXIX

Divulgado em 31/03/2020 - 19:00 por por Fáustulo Sobrinho (F.S., para os íntimos)

Só os Lenines entenderão:

“Meu amor

O que você faria

Se só te restasse esse dia?

Se o mundo fosse acabar

Me diz o que você faria

Corria pr'um shooping center

Ou para uma academia?

Prá se esquecer que não dá tempo

O tempo que já se perdia”

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O prefeito RR está abrindo suas asas. Na edição dominical de um jornal da região recebeu elogios na principal coluna política por seu desempenho em entrevista concedida em uma rádio AM de São Carlos. Será que os rumos do rapaz começam a ser traçados?

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Bem interessante é saber que o sinal da emissora não alcança em Porto Ferreira, mas sim um público local.

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O Tribunal de Contas mais uma vez  viu irregularidades nos contratos de RR assinou para as reformas de duas escolas em seu segundo ano de mandato.

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Os apontamentos do TCE-SP recaem sobre os ajustes de contrato na EMEF “Professor Ruth Barroso Teixeira”, no Porto Bello, e no Caic “Professor João Teixeira”, no Jardim Independência.

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Algum vereador mais atento pode até pedir vistas do processo administrativo que foi aberto para a realização dessas obras. O que será que tem escondido nos termos de aditamento: mais prazo ou mais $$$$$$?

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Passando pela Vila Maria é possível notar que não é preciso revitalizar ou reformar a Praça da Bíblia. É que a Prefeitura não faz a devida limpeza e nem a higienização dos aparelhos instalados lá. Puro relaxo e falta de zelo. Fora a sujeira e o lixo espalhado. Até um mutirão poderia ser feito para deixar aquela praça um brinco.

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As imagens da construção da rotatória de acesso ao Jardim Independência e Jardim Sérgio Dornelles estão circulando nas redes sociais. Nem precisa comentar “aquilo”.

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Que bom que alguém se lembrou dos moradores de rua nesse momento de pandemia. Depois do surgimento dos “novos pobres”, a população de rua é a que mais pode sofrer os efeitos do coronavírus.

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Os ambulantes, vendedores de rua, pessoas que trabalhavam com pequenos negócios para poder sobreviver. Sem poder circular livremente para ganhar dinheiro, essa gente vai sentir na pele a crise econômica e a pandemia. E olha que em Porto Ferreira há milhares de pessoas nessas condições.

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O coronavírus causa amnésia? Tem gente de 40 anos que está estacionando carro em vaga de idoso, parando o veículo em guia rebaixada e em faixa amarela.

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O coronavírus transforma os motoristas em pessoas míopes? Claro que sim, porque ninguém respeita a faixa de travessia de pedestres em tempos de pandemia.

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Nessa disputa entre o governo estadual e o governo federal, o vencedor será o veneno, ou melhor, o vírus. Já provou que mata mesmo, independente de sexo, raça, idade, classe social e quantidade de dinheiro.

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Conversa para boi dormir e a vaca mugir em tempos de coronavírus. Um representante comercial foi se hospedar em um hotel em uma cidade do interior. A diária custava 100 reais. Ele pagou adiantado em dinheiro, mas pediu pra ver o quarto. O recepcionista foi levá-lo para ver o quarto. Enquanto isso o dono do hotel pegou os 100 reais do caixa e foi quitar a dívida com o açougueiro. O dono do açougue pagou o fornecedor de carne, que lá estava com a casa limpa, mas devia à faxineira que não era da cidade.  E ela aproveitou e foi pagar o dono do hotel, a quem ela devia por uma hospedagem. O caixeiro viajante que ia se hospedar não gostou do quarto e pediu o dinheiro adiantado de volta.  Tudo bem. O gerente do hotel devolveu os 100 reais dele e todos pagaram suas contas.

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Nesse jogo todo muitos acreditam que jamais chegaria à faxineira os 100 reais que foram pagos adiantados ao recepcionista do hotel. Esse é o grande segredo por trás da campanha "O Brasil não pode parar".

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Ou será que a União assumirá as responsabilidades que cabem aos governos municipais, suspendendo a ordem de isolamento social. Reabrir as escolas e autorizar o funcionamento do comércio seriam prudentes antes do momento mais crítico da doença?

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Mas a regra do jogo é clara. E tem muita gente recebendo o aviso prévio em tempos de coronavírus. Já foram 100 em uma empresa, 50 na outra, mais 20 naquela outra, e assim caminha a economia brasileira não longe daqui. Tudo só funciona bem em tempos de vacas gordas.

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A empresa flexível está a todo vapor no Centro Empresarial, na Avenida do Comércio, na rotatória do Jardim Independência/Dornelles e na avenida Mariano Procópio.

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O problema é que o Ginga não tem homens suficientes para atender toda a demanda, e nem máquinas. Essa pressão vai aumentando, aumentando, aumentando, até que uma hora vai explodir.

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No mundo da empresa flexível, o Zé Faísca só cruza os braços quando o Ginga volta para Tambaú. Descobriram que a sede da empresa fica em um endereço que é uma casa abandonada. E que antes era um escritório de advocacia. Descobriram até o nome da advogada.

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O Ginga está se descabelando de nervoso. Falou pra um funcionário dele que Tambaú é Porto Ferreira e vice-versa, que o prefeito daqui está botando pra quebrar. Tem um ditado que diz: não aperta o pato que ele faz. Vai ter que fazer cortes na equipe e reduzir o fluxo, tirar time de campo aqui até a poeira baixar.

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E não que é o Cidão Chovê, a Rosinha Chuvisco, o Salvador Beleza, o Lazinho Cadeado e a Nê decidiram tomar a vacina contra a gripe este ano? Depois que a terra que era plana começou a ficar redonda, decidiram aceitar as recomendações médicas.

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O Senhor Voto de Minerva, vulgo Cabôco Mamadô, está nadando de braçada este mês. As sessões da Câmara Municipal ficaram sem público na audiência. Como não tem ninguém olhando não precisa agir com ética. Puff!Puff!Puff!

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O Cabôco Mamadô, que na verdade se esconde sob a toga do Senhor Voto de Minerva, pediu a devida vênia e quer fazer um pronunciamento sobre o coronavírus. Mas não vai falar nada sobre o Covid-19 porque estamos em 2020 e esse veneno aí está atrasado.

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O passarinho verde e o anu branco disseram que o prefeito RR está com medo de determinar o fechamento do comércio e das indústrias e das atividades mais lucrativas do município. Fez apenas uma recomendação. Puro medo de perder apoio político.

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Um empresário bastante conhecido que posta comentários nada favoráveis ao “Grande RR” lascou a vara de marmelo no Facebook falando dos parklets da Avenida do Comércio. Para bom entendedor meia palavra basta.

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Porque as obras dos parklets não podem parar. Alguém precisa receber esse dinheiro. Por qual motivo há tanta pressa? Será que a aplicação desses recursos em sanitários públicos naquela região não seriam mais proveitosos?

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Piada de mau gosto é sempre de mau gosto. Dizem que o prefeito RR não precisa usar a máscara para evitar o coronavírus porque desde que assumiu a Prefeitura nunca mais tirou a máscara.

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Da série a série: “Eles não vão nos pautar”. O nosso querido “Detritódromo”, lá pelas bandas do Jardim Águas Claras, também conhecido como “Famosão”, deixou saudades. Já encomendaram a placa “Aqui jaz” com foto e coroa de flores.

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Mais um capítulo da novela “Câmara à la carte”. A pedido do czar-mor RR, o Grande Ripanopovo, quer que os vereadores aprovem um projeto de lei que libera a contagem das plaquetas nas contraprovas de sorologia no âmbito celular.

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Esses nobres edis são à prova de tudo mesmo. Quando existe a recomendação expressa das autoridades para fazer o isolamento social eles se reúnem na Câmara, com apertos de mão e abraços, para tomar uma decisão sobre emendas parlamentares e indicação de recursos. Será que nunca ouviram falar em videoconferência?

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Só os Duseks entenderão:

“Junto com vidro fumê o que fazer,

Tudo ruiu

Começou tudo a carcomer, gritei,

Ninguém ouviu, e olha que eu ainda fiz psiu!

O dia ficou noite

O sol foi pro além

Eu preciso de alguém

vou até a cozinha encontro Carlota,

A cozinheira morta, diante do meu pé,

Zé eu falei, eu gritei, eu imploreei

Levanta

Me serve um café

Que o mundo acabou!”

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O título da coluna é uma homenagem aos “payaguaes” ou paiaguás, grupo indígena que, segundo a história, habitava o vale do rio da “Cobra Grande”. Tinham um código de honra que impedia que um guerreiro recuasse em batalha.

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Afinal, do bambu saem as flechas. Enquanto ainda existir bambu, lá vai flecha.