Rômulo acha que Educação é brinquedo:algumas aulas/séries, da rede municipal, estão sem professores

Divulgado em 21/11/2019 - 14:10 por portoferreirahoje

A falta de planejamento na área de Educação assola o governo Rômulo. Pais e responsáveis apontam que a situação é grave e alarmante. Educadores consideram que ao menos uma turma está com o semestre perdido. Tem disciplina que não tem notas para fazer a média do bimestre.

Segundo as denúncias, não há professor fixo nas disciplinas de geografia, matemática, história, inglês. Há aulas vagas que deixam os alunos “de janela”. Nas disciplinas de inglês e geografia não existe conteúdo para aplicar uma avaliação.

Em uma semana, de acordo com as planilhas consultadas, foram apenas seis aulas de Física por falta de professor da disciplina. Quando há aula nunca é com o mesmo professor.

Um especialista da rede municipal de ensino tem uma explicação: a arrogância do prefeito Rômulo atrapalha o planejamento e as medidas que foram tomadas são totalmente equivocadas.

Em 2017 foi realizado um processo seletivo, com validade de um ano e prorrogável por igual período. Em 2018 a rede municipal atribuiu as aulas conforme a classificação do processo seletivo. Em 2019, os técnicos da Secretaria da Educação distribuíram as aulas seguindo a mesma ordem.

Em março de 2019, a Prefeitura realizou um novo processo seletivo após o início do ano letivo. Os professores com as aulas atribuídas mantiveram-se nas classes. Devido a licenças e outras intempéries, os técnicos foram obrigados a atribuir as aulas com base no novo processo seletivo.

A questão é que esse segundo processo obedeceu a critério eliminatório. A nota da prova tirou a chance de fazer constar o professor na lista. Isso reduziu o número de educadores na lista de convocação. Quem está na lista de reserva também procurou outros municípios e acabou se fixando fora da rede. Aqui está o cerne do problema.

Quando a Prefeitura de Porto Ferreira convoca esses professores a resposta é negativa porque estão lecionando em outra cidade. Na licença (prêmio, saúde, abono) de um professor titular não há quem possa substituí-lo.

Como são licenças de professores em diversas disciplinas o caos se instala no ambiente escolar. Durante o ano letivo de 2019 há alunos que não receberam o conteúdo em diversas matérias. 

Diante das reclamações de pais e responsáveis e críticas feitas na Câmara Municipal, o prefeito Rômulo Ripa determinou que se fizesse um cadastro emergencial. Foi elaborado um projeto de lei no qual a Secretaria de Educação seria a responsável por um novo cadastro de professores fora da lista.

Os interessados fariam uma prova para definir a classificação e, a partir daí, atribuir aulas e substituir “as janelas”. Quando não há possibilidade de cobrir a vaga com o processo seletivo a Prefeitura faz correr a lista do cadastro emergencial.

Os vereadores aprovaram o projeto de lei e o cadastro emergencial poderia ter sido utilizado para evitar o pior. Contrariando opiniões, o prefeito divergiu do método e ainda não decidiu aplicá-lo. E ninguém sabe o motivo de tal decisão. Se é convicção pessoal ou não.

A situação permanece a seguinte: como a administração não pode extinguir aquele processo seletivo (eliminatório) de março de 2019, porque é válido por um ano, vai ter que esperar até o ano que vem para renovar. Em síntese, os alunos ficarão sem professores naquelas disciplinas até o fim do semestre letivo. A previsão é que o problema seja sanado somente no início do semestre letivo de 2020.

Fora da sala de aula estão professores desempregados. Todos revoltados com a situação criada pelo governo Rômulo. Do lado de fora da escola, à espera de um milagre, estão pais de alunos e responsáveis pelas crianças que não conseguiram obter o conteúdo necessário para alcançar a etapa seguinte.

Quando subiu em palanque em 2016, o então vereador Rômulo encheu a boca para falar de educação. Naquela época, havia adotado uma estratégia de convencer os professores e professores a apoiá-lo em seu intento de se eleger como prefeito. 

Da mesma forma, Rômulo assinou documentos em que se comprometeu a aplicar recursos para o desenvolvimento humano. E a Secretaria da Educação é uma das pastas da estrutura administrativa para fazer cumprir seu plano de metas dentro da gestão pública. Caso contrário, Porto Ferreira não seria uma “Cidade Sustentável”.

Esse assunto envolvendo a péssima gestão na área da educação arrasta-se desde fevereiro deste ano. O vereador Sérgio de Oliveira denunciou, usando a tribuna da Câmara, a prática de “caça-níqueis” devido à cobrança de R$ 60,00 por inscrição no processo seletivo para cada disciplina. Houve também críticas sobre abusos e falta de planejamento. 

Nove meses se passaram e a crise na educação continua. Porque o prefeito Rômulo acha que escola é brincadeira de criança. Quando o correto seria brincadeira “para” criança.